quinta-feira, 31 de maio de 2012

Relatório de Atividades Práticas Supervisionadas – APS / Curso de Letras – 1º semestre/2012


A professora de Literatura Portuguesa: Poesia, Ligia Menna, propôs, no mês de março de 2012, a criação de um blog para a discussão e elaboração de novas maneiras de ensinar Literatura vinculada às redes sociais. Assim, a atividade foi realizada de acordo com as orientações para a distribuição de horas para Atividades Práticas Supervisionadas.
Os integrantes do grupo se reuniram, logo após a proposta da professora e a organização do grupo, para a escolha do tema e a criação do blog. Foi decidido que falaríamos sobre a Era Renascentista (literatura e arte portuguesas e, também, de outros países europeus), e, para isso, o blog Literatus Indespectus (http://www.literatusindespectus.blogspot.com.br/) foi criado.
 O objetivo do nosso projeto era, a princípio, utilizar o blog para ensinar alunos sobre o Renascimento como outro site qualquer, através, apenas, de textos, poemas, figuras e vídeos. Deste modo, o grupo começou a pesquisar sobre o tema e a postar todo o material encontrado, dando destaque aos artistas da época, não somente relacionados à literatura, mas à arte em geral.
No decorrer da atividade, e com os comentários no blog, começamos a pensar em expandir o nosso publico alvo, alcançando, assim, não apenas as pessoas em fase escolar, mas todos os que tivessem interesse no assunto.
Com o amadurecimento da ideia chegamos à conclusão de que uma página no Facebook seria mais útil do que apenas um blog, pois além dele ser a rede social mais acessada no momento, ainda inclui aplicativos iguais ao Twitter, ao Blog, ao Youtube e ao Orkut, além de integração com eles. Deste modo, muito mais pessoas teriam acesso ao material publicado, e o setor “No que você está pensando?” poderia ser muito utilizado para enviar mensagens rápidas com explicações, trechos de poemas, obras de pintores, entre outros assuntos sobre o Renascimento.
A página seria uma espécie de portal renascentista, sendo postados vídeos, fotos, textos, poemas, obras, entre outros materiais pesquisados e elaborados pelos alunos. Além de tudo isso, poderíamos utilizar ferramentas de pesquisa e de compartilhamento para integração com outras ferramentas, com o intuito de divulgação (tumblr, twitter, entre outros).
Além da página, um grupo no Facebook também se mostrou útil, pois ajudaria a divulgar ideias postadas, e, principalmente, auxiliaria na comunicação dos membros do grupo e do público em geral, assim como discussões, debates, ideias, entre outros. Poderíamos utilizar o grupo para selecionar ideias do próprio publico e, assim, fazê-los não só um grupo receptivo de informação, mas um grupo participativo de ideias.
Com discussões entre o grupo, chegamos à conclusão de que a interação entre as redes sociais e a escola pode ser feita tranquilamente, entretanto é necessário atenção em relação aos assuntos tratados, pois muitas vezes os materiais apresentados nas redes sociais não oferecem nada a educação, porem, existem diversas outras páginas disponíveis na internet que são muito educativas, o que torna necessário a “filtragem” dos links que os alunos utilizarão em sala de aula.
Como foi discutido em uma das postagens, é possível encontrar vários quizzes[1] sobre a Época do Renascimento, material que pode ser usado pelos professores em sala de aula ou mesmo pelos alunos em casa para testarem seus conhecimentos.
 Para criar um vinculo ainda maior entre a educação escolar e as novas tecnologias, sugerimos, em nosso plano de aula e nos comentários, a realização de diversas atividades, entre elas a que os alunos apresentariam peças de teatro relacionadas ao tema, que seriam gravadas e disponibilizadas na internet, além de trabalhos manuscritos para serem postados nas redes sociais. Utilizaríamos ferramentas diversas para as aulas, como debates, grupos de leitura e a própria internet, em aulas de informática, para a elaboração dos projetos. Outra sugestão foi a da criação de um projeto interdisciplinar, por parte dos professores, para os alunos criarem uma página no Facebook e desenvolverem postagens de acordo com o tema sugerido pelos professores. Por exemplo, o grupo que ficasse responsável pela data entre 1300 a 1400 teria de dois a quatro semestres para explicar os acontecimentos literários (língua portuguesa), históricos (história e geografia) e científicos (matemática e ciências) que ocorrem neste período. Assim, a integração entre as matérias seria valiosa.

No geral, só depende do professor e do aluno criarem uma ponte ligando os estudos e as redes sociais, pois a internet possui os mais variados tipos de informações a apenas um click de distancia, além da imensa facilidade de divulgação e compartilhamento de informação e, também, facilidade na comunicação do grupo como um todo. O necessário é bom senso na hora de escolher os sites a serem utilizados.
A integração da internet na vida escolar das crianças e adolescentes é essencial, já que cada vez mais jovens são usuários dessa tecnologia, assim, incluir essas redes sociais na escolar é um jeito de ensiná-los a extrair, dentre tantos conteúdos, o melhor.


[1] Testes.

Grupo:
Amanda Vieira
Jessica Spaolonzi
Rodrigo G. Cavalcante
Telma Maria
Veronica F. Tezoni.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Dossie do Renascimento

Introdução

Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença.

Contexto Histórico

As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.

Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.

Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.

Características Principais:
- Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;

- As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;
- Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus ( teocentrismo ), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo);

- A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.

Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas, começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo. Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França, Polônia e Países Baixos.


Monalisa de Leonardo da Vinci: Mona Lisa de Leonardo da Vinci: uma das obras de arte mais conhecidas do Renascimento

Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:

- Giotto di Bondone (1266-1337) - pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.

- Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida).

- Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).

- Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.

- Sandro Botticelli - (1445-1510)- pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera.

- Tintoretto - (1518-1594) - importante pintor veneziano da fase final do Renascimento. Obras principais: Paraíso e Última Ceia.

- Veronese - (1528-1588) - nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Renascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto e São Jerônimo no Deserto.

- Ticiano - (1488-1576) - o mais importante pintor da Escola de Veneza do Renascimento Italiano. Sua grande obra foi O imperador Carlos V em Muhlberg de 1548.

Renascimento Científico

Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária idéia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no centro do sistema solar). Copérnico também estudou os movimentos das estrelas.

Galileu Galilei Galileu Galilei: um dos principais representantes do Renascimento Científico

Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a idéia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galilei fosse perseguido, preso e condenado pela Inquisição da Igreja Católica, que considerava esta idéia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas idéias para fugir da fogueira.

A invenção da prensa móvel, feita pelo inventor alemão Gutenberg em 1439, revolucionou o sistema de produção de livros no século XV. Com este sistema, que substituiu o método manuscrito, os livros passaram a ser feitos de forma mais rápida e barata. A invenção foi de extrema importância para o aumento da circulação de conhecimentos e ideias no Renascimento.



Amanda

terça-feira, 1 de maio de 2012

Bernardim Ribeiro

A vida de Bernardim Ribeiro (1482-1552), mestre tutelar do bucolismo português, é lembrado sobretudo pela novela Menina e Moça ou Saudades, escrita em vos feminina, uma das obras mais enigmáticas de toda a literatura portuguesa. Quase nada se sabe: nasceu provavelmente na vila alentejana do Torrão, em 1482. Teria frequentado a Corte. É muito provável ter sido ele quem escreveu poemas que qparecem com um nome igual ao seu no Cancioneiro geral da Garcia de Resende. É também, de par com Sá de Miranda e Camões, um doa maiores poetas quinhentistas.
Como poeta é autor de cinco éclogas (gênero helenístico, pequeno poema pastoral em forma de diálogo), um romance em verso, e sextinas. Foi um dos primeiros - se não o primeiro - a adotar em Portugla: o dolce stil nuovo (celebrizado por Teócrito, grego de Siracusa, e contibuada por Virgílio e pelos italianos, sendo Sannazaro o mais célebre), mas em suas composições pastoris pulsa, na verdade, um cultor entranhado de "medida velha".
Senhor de uma linguagem estilizada, repleta de arcaismos, Bernardim prolonga a tradição dos Cancioneiros medievais, tendente a confurndir-se com a simplicidade da linguagem popular. Que permeia toda a poesia portuguwsa, dos Cancioneiros a Camões, Antero de Quental e Fernando Pessoa.
A poesia de Bernardim era já uma poesia chorosa, como se usava então. Salvam-se dela alguns bonitos versos, entre os quais estes quatro, que parecem dedicados ao seu grande amor:

Fui e sam grande amador, / a vai-me bem mal d'amores / e muitos vi de grão dor... / mas este - suma das dores.

Em 1554, dois anos após o falecimento de Bernardim Ribeiro, publicavam-se em Ferrara as suas obras: a História da Menina e Moça ou Saudades, as cinco éclogas e algumas poesias pequenas, em que não vinham incluídas as que circulavam já no Cancioneiro re Resende.

Trecho de a Menina e Moça ou Saudades

Menina e moça me levaram de casa de
minha mãe para muito longe. Que causa
fosse então a daquela minha levada, era
ainda pequena, não a soube. Agora não lhe
ponho outra, senão que parece que já então
havia de ser o que depois foi. Vivi ali tanto
tempo quanto foi necessário para não poder
viver em outra parte. Muito cointente fui em
aquela terra, mas, coitada de mim, que em
breve espaço se mudou tudo aquilo que em
longo tempo se buscou e para longo tempo
se buscava. Grande desaventura foi a que
me fez ser triste ou, per aventura, a que me
fez ser leda. Despois que eu vi tantas cousas
trocadas por outras, e o prazer feito mágoa
maior, a tnta tristeza cheguei que mais me
pesava do bem que tive, que do mal que
tinha. (...)



Jano e Franco
  (Excerto)

Dizem que havia um pastor
antre Tejo e Odiana,
que era perdido de amor
per ua moça Joana
Joana patas guardava
 pela ribeira do Tejo,
seu pai acerca morava
e o pastor, de Alentejo
era, e Jano se chamava

Quando as fomes grandes foram,
que Alentejo foi perdido,
da aldeia que chamam o Terrão
foi este pastor fugido.
Levava um pouco de gado,
que lhe ficou doutro muito
que lhe morreu de cansado;
que Alentejo era enxuito
d'agua e mui seco de prado.

Toda terra foi perdida;
no campo do Tejo só
achava o gado guarida:
ver Alentejo era um dó!
E Jano, pera salvar
o gado que lhe ficou,
foi esta terra buscar;
e, se um cuidado levou,
outro foi ele lá achar.

O dia que ali chegou
com seu gado e com seu fato,
com tudo se agasalhou
em ua bicada de um mato.
E levando-o a pascer,
omoutro dia, à ribeira,
Joana acertou de ir ver,
que se andava pela beira
do Tejo a flores colher.

Vestido branco trazia,
um poucoafrontada andava;
fermosa bem parecia
aos olhos de quem na olhava.
Jano, em vendo-a, foi pasmado;
mas, por ver que ela fazia,
escondeu-se antre um prado:
Joana flores colhia,
Jano colhia cuidado.
(...)


Fonte: www.antoniomiranda.com.br
            http:/flabbergasted2.wordpress.com/sextinas-bernardim-ribeiro/

Rodrigo Gomes Cavalcante

sábado, 28 de abril de 2012

Plano de aula

     
Atividade:
Releitura Literária

Objetivo:
Entender o significado de poemas, poesias, contos, canções, entre outros textos literários da Época Renascentista.

Duração média da atividade:
30 minutos para reescrever o texto e até 1 hora para as apresentações.
Total de no máximo 1 hora e 30 minutos

Descrição da atividade:
O professor deve selecionar textos referentes ao Renascimento (não textos históricos, mas poemas, contos, poesias, canções, etc.) de modo que existam mais textos do que grupos na sala de aula;
Os alunos se reunirão em grupos de no máximo 5 integrantes e escolherão um dos textos levados pelo professor;
Após escolherem os textos, os alunos deverão discutir e escrever sobre como seria a linguagem do texto se este fosse escrito nos dias de hoje;
Quando terminarem de "atualizar" a linguagem da literatura, eles terão alguns minutos para se organizar e apresentar a releitura do texto para a classe. 


Jessica Spaolonzi Ferreira

sábado, 14 de abril de 2012

O Noivado do Sepulcro

Vai alta a lua! na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soouu;
Que paz tranqüila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali baixou.

Que paz tranqüila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
Dentre os sepulcros a cabeça ergueu.

Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral cipreste,
O mocho pia na mormórea cruz.

Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto
Olhou em roda... não achou ninguém...
Por entre as campas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.

Chegando perto duma cruz alçada,
Que entre os ciprestes alvejava ao fim,
Parou, sentou-se com a voz magoada
Os ecos tristes acordou assim:

"Mulher formosa, que adorei na vida,
E que na tumba não cessei de amar,
Por que atraiçoas, desleal, mentida,
O amor eterno que te ouvi jurar?

Amor! engano que na campa finda,
Que a morte despe da ilusão falaz:
Quem dentre os vivos se lembrara ainda
Do pobre morto que na terra jaz?

Abandonado neste chão repousa
Há já três dias, e não vens aqui...
Ai, quão pesada me tem sido a lousa
Sobre este peito que bateu por ti!

Ai qão pesada me tem sido!"e em meio
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do seio
Fundo suspiro de cruel paixão.

"Talvez que rindo dos prostestos nossos,
Gozes com outro d'infernal prazer;
E o olvido cobrirá meus ossos
Na fria terra sem vingança ter!"

- "Ó nunca, nunca!" de saudade infinita,
Responde um eco suspirando além...
- "Ó nunca, nunca!" repetiu ainda
Formosa virgem que em seus braços tem.

Cobrem-lhe as formas divinais, airosas.
Longas roupagens de nevado cor;
Singela c'roa de virgíneas rosas
Lhe cerca a fronte dum mortal palor.

"Não, não perdeste meu amor jurado:
Vês este peito? reina a morte aqui...
É já sem forças, ai de mim, gelado,
Mas ainda pulsa com amor por ti.

Feliz que pude acompanhar-te ao fundo
Da sepultura, sucumbindo à dor:
Deixei a vida... que importava o mundo,
O mundo em trevas sem a luz do amor?

Saudosa ao longe vês no céu a lua?"
- "Ó vejo sim... recordação fatal"
- Foi à luz dela que jurei ser tua
Durante a vida, e na mansão final.

Ó vem! se nunca te cingi ao peito,
Hoje o sepulcro nos reúne enfim...
Quero o repouso do teu frio leito,
Quero-te unido para sempre a mim!"

E ao som dos pios co cantor funéreo,
E à luz da lua de sinistro alvor,
Junto ao cruzeiro, sepulcral mistério
Foi celebrado, d'infeliz amor.

Quando risonho despontava o dia,
Já desse drama nada havia então,
Mais que uma tumba funeral vazia,
Quebrada a lousa por ignota mão.

Porém mais tarde, quando foi volvido
Das sepulturas o gelado pó,
Dois esqueletos, um ao outro unido,
Foram achados num sepulcro só.

(Balada - de Soares de Passos)


Postado por: Jessica Spaolonzi Ferreira

sexta-feira, 30 de março de 2012

Aprendendo e se divertindo

Pensei em usar o blog para ensinar os alunos da seguinte forma:
Os alunos que também tiverem blogs podem fazer parte do “grupo” de literatura.
Eu acho que um dos grandes problemas na hora de fazer um jovem gostar de literatura é a linguagem, uma vez que se leva mais tempo lendo o dicionário do que o próprio texto seria interessante formular alguns trabalhos, nos quais os alunos possam fazer dois vídeos – o 1º encenando o trecho de alguma obra e o 2º “reescrevendo” a obra para uma linguagem mais “moderna”.
Então, com a permissão dos pais e dos alunos, os vídeos vão para o blog assim como uma cópia da parte manuscrita do trabalho.

Creio que fazendo isso fica mais fácil para os alunos/jovens se interessarem pela leitura, sem falar que é muito mais divertido.


Jessica Spaolonzi Ferreira

quarta-feira, 28 de março de 2012

Lorenzo Ghiberti - Escultor




Portas do Paraíso

Lorenzo Ghiberti (1372-1455)

Localizada no batistério de Florença, a "Porta do Paraíso"(1425-1452) é dividida em 10 painéis que representam histórias do Antigo Testamento, com esculturas de personagens bíblicos e retratos de artistas contemporâneos adornado a moldaura dos painéis. O projeto foi entregue a Lorenzo Ghiberti em 1425, pela Corporação dos Mercantes. A perfeição, seja pelo admiravél uso do buril ou pela finura do desenho arquitetônico, recebeu de Michelangelo o apelido de "porta do Paraíso".
Ghiberti conseguiu impor sobre as influências góticas os novos postulados estéticos inspirados no mundo clássico que caracterizavam a arte renascentistas.











O sacrifício de Isaac.















Salomão e a Rainha Saba.














José e seus irmãos







Adão e Eva.



Fonte:www.oilpainting-frame.com/picture/image
Rodrigo Gomes Cavalcante


Donatello - Escultor

    Estátua Equestre




Donatello (1386-1466)

Este monumento de imponente bronze, situado no alto de uma base de mármore, está localizado em frente da igreja de Santo Antônio, a igreja principal de Pádua. A estátua é, sem dúvida, baseada na famosa estátua equestre de Marco Aurélio, em Roma.
As fases foram iniciadas em 1447 e terminou em 1453.
O animal é esculpido por Donatello, com grande atenção nos detalhes, especialmente os relacionados com os músculos, atua no sentido de dar a escultura a majestade necessária.
O líder usa uma armadura feita no estilo dos antigos romanos, com a mão direita empunha o bastão, enquanto a esquerda segura as rédeas. À esquerda, uma espada enorme e botas com esporas visto com anilhas.






             Davi



A estátua representa o jovem herói em pé, em posição de repouso, mas ainda podemos ver em uma das mãos a espada com a qual o herói abateu a cabeça de Golias, apoiada no pé esquerdo, Na mão esquerda, o jovem esconde a pedra com a qual matou o gigante Golias. Os cabelos são lisos e longos, o chapéu possui uma "guilanda" de loro, o rosto é voltado ligeiramente para baixo, dando a impressão que o nosso herói está perdido nos próprios pensamentos. O corpo é totalmente nu, deixando a vista as botas que chegam até o joelho. A base da estátua é constituida pela cabeça de Golias.



Fonte: www.passeiweb.com.na_ponta_lingua
           http\artmight.com/artists/Donatello
Rodrigo Gomes Cavalcante





Michelangelo - Escultor





     Pietá

Michelangelo (1475-1564)

Provavelmente é a escultura mais conhecida do artista. Representa piedade (em português), Jesus nos abraços da Virgem Maria.





Baco, deus do vinho










Deus do vinho como é conhecido, Baco ofereceu o néctar dos deuses até seu irmão ficar bêbado. Com Vulcano bêbado, Baco conseguiu levâ-lo de volta para o Olimpo, após ser expulso pela mãe, por ser coxo.



Fontes:www.kingsacademy.com
Rodrigo Gomes Cavalcante

segunda-feira, 26 de março de 2012

Nuno Gonçalves - Pintor

Boa tarde,

como o renascimento é um movimento artístico e cultural, sendo retratado aqui, apesar do foco literário, em todas as suas faces, acho imprescindível falarmos um pouco sobre a pintura.

Neste tópico colocarei algum material de Nuno Gonçalves, pintor renascentista português.

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Nuno Gonçalves
Nuno Gonçalves foi um pintor português do século XV. O seu nome foi registado em 1463 como pintor da corte de Afonso V, mas nenhum trabalho inequivocamente seu sobreviveu até hoje. Há, no entanto, fortes indicações de que tenha sido ele a pintar os Painéis de São Vicente de Fora, uma obra-prima da pintura portuguesa do século XV na qual, com um estilo bastante seco mas poderosamente realista, se retratam figuras proeminentes da corte portuguesa de então, incluindo o que se presume ser um auto-retrato, e se atravessa toda a sociedade, da nobreza e clero até ao povo.
Obra
Aparentemente foi pintor de D. Afonso V em 1450. Francisco de Holanda no seu Da Pintura Antiga (Lisboa, 1548), refere-se a Nuno Gonçalves como uma das" águias" um dos mestres do século XV - mas o seu nome e os seus trabalhos perderam-se na história.
A sua obra prima para a catedral de Lisboa foi destruída no terramoto de 1755, e a sua outra obra com o tema de São Vicente, o santo patrono de Lisboa e da casa real de Portugal, esteve desaparecida até 1882, quando foi descoberta no convento de São Vicente. Não foi senão em 1931, quando sua obra foi exposta em Paris, que Gonçalves recebeu o reconhecimento internacional que merecia. O Políptico de São Vicente (hoje no Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa) consiste em seis paíneis, dois largos e quatro mais estreitos, dominado pela figura do Infante Santo.
O primeiro estudo científico sistemático, que envolveu uma plêiade de cientistas, historiadores de arte e técnicos, ocorreu em 1994. Nesse trabalho, além de ser feito um balanço historiográfico mais ou menos fundamentado, tiraram-se algumas conclusões interessantes sobre a tecnologia de produção do painel. No entanto, as análises feitas (radiografia, reflectografia de infravermelhos, identificação de pigmentos, entre outras) não permitiram datar a obra. (fonte: A. P. Abrantes, I. Vandevivere, coords., Nuno Gonçalves. Novos documentos. Estudo da pintura portuguesa do século XV, Lisboa, IPM/Reproscan, 1994.)
Graças a estudos científicos de dendocronologia realizados em 2001, sabe-se que os Painéis só podem ter sido pintados na década de 40 do século XV. Uma investigação publicada em 2000 permitiu detectar a assinatura do pintor (NGs) e uma data (1445) na bota duma das figuras. Ambas as investigações fizeram cair por terra a opinião dominante de que os painéis seriam da década de 70 e relacionados com a conquista de Arzila por D. Afonso V, permitindo agora constatar que se referem antes ao período da Regência do Infante D. Pedro, o que a torna numa das maiores, se não na máxima obra-prima da pintura europeia da primeira metade do século XV. (fontes: http://cvc.instituto-camoes.pt/ciencia/e51.html; A. R. Disney, a History of Portugal and the Portuguese Empire, Cambridge University Press, 2009, vol. 1, p. 168.)

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Panels of St. Vincent (replica); Museum of the Forte da Ponta da Bandeira; Lagos, Portugal

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Lagos40_kopie.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nuno_Gon%C3%A7alves

Postado por: Verônica Ferreira Tezoni

domingo, 25 de março de 2012

Esses versos são da fase  Arcadismo- Neoclássico
observe que todos têm a letra maiúscula inicial.
"Daí que os clássicos renascentistas ( a rigor, neoclássicos ) procurassem a Beleza, o Bem e a Verdade, com maiúsculas iniciais, em virtude dessa concepção absolutista e idealista de arte.
                                                                Massaud Moisés
  A D. Bárbara Heliodora
Bárbara bela,                                         Eu bem queria
Do Norte estrela,                                   A noite e o dia
Que o meu destino                                Sempre contigo
Sabes guiar,                                          Poder passar;
De ti ausente                                         Mas orgulhosa
Triste somente                                      Sorte invejo                                          
As horas passo                                     Desta fortuna
A suspirar.                                             Me quer privar.
Por entre as penhas                             Tu entre os braços,
De incultas brenhas                              Ternos abraços
Cansa-me a vista                                  Da filha amada
De te buscar;                                         Podes gozar;
Porém não vejo                                     Priva-me a estrela
Mais que o desejo,                                De ti e dela,
Sem esperança                                     Busca dous modos
De te encontrar.                                    De me matar!
                                                          
                                                             Alvarenga Peixoto


Postado por: Verônica
Enviado por: Telma

segunda-feira, 19 de março de 2012

Introdução ao Renascimento

Vemos no movimento renascentista nomes de imenso valor para a historia cultural, artistica e mesmo científica da humanidade.

Nomes estes que ajudaram a iluminar o mundo: Leonardo da Vinci e Michelangelo nas artes, Copérnico e Galileu Galilei representando a ciência e, claro, Luis de Camões representando a literatura, sendo um nome importante de Portugal.

Achei interessantíssimo o material que segue abaixo, pois é um resumo bem completo sobre o renascimento, que inclui, entre outros, contexto histórico e literatura renascentista, citando, claro, Camões.

Ótimo material para iniciarmos um estudo a respeito do tema.



Verônica

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Renascimento


Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença.

As características principais deste período são as seguintes :

• Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;

• As qualidades mais valorizadas no ser humano passam a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;

• Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo).

• A razão e a natureza passam a ser valorizados com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.


Renascimento Cultural

Durante os séculos XIV e XV as cidades italianas como, por exemplo Gênova, Veneza e Florença, passam a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes começam a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascimento. Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França e Países Baixos.

Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:

Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.

obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina.

Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).

Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc obras principais :Mona Lisa, Última Ceia.
Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária idéia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no centro do sistema solar).Copérnico também estudou os movimentos das estrelas.

Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a idéia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galileu fosse perseguido, preso e condenado pela Igreja Católica, que considerava esta idéia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas idéias para fugir da fogueira.


Contexto Histórico

As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.

Os  governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem   pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.

Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual .  Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.


Renascimento

O Renascimento, movimento artístico, científico e literário que floresceu na Europa entre o período corresponde à Baixa Idade Média e início da Idade Moderna (do século XIV ao XVI). Os humanistas valorizavam os temas em torno do homem e a busca de conhecimentos e inspiração nas obras da antigüidade clássica.

Os humanistas consideravam a Idade Média um período de "Trevas Culturais", por terem sido esquecidos os modelos da cultura greco-latina. O pensamento medieval, dominado pela religião, cede lugar a uma cultura voltada para os valores do indivíduo. Os artistas, inspirando-se uma vez mais no legado clássico grego, buscam as dimensões ideais da figura humana e a representação fiel da realidade. Embora grandes admiradores da cultura clássica, os artistas e intelectuais do Renascimento, adquirindo maior confiança na sua própria capacidade, não se limitaram a imitar os modelos antigos passaram a buscar inspiração na natureza que os cercava.

Esse movimento, cujo berço foi a Itália, teve em Florença e Roma seus dois centros mais importantes.

E pode ser dividido em Duocento (1200 a 1299), Trecento (1300 a 1399), Quattrocento (1400 a 1499) e Cinquecento (1500 a 1599).

Duocento e Trecento – No século XIII, o gótico começa a dar lugar para uma arte que resgata a escala humana. São as primeiras manifestações do que, mais tarde, se chamaria Renascimento. A principal característica dessa mudança é o surgimento da ilusão de profundidade nas obras. Em Siena, Duccio da Buoninsegna e, em Florença, Cimabue e sobretudo seu aluno Giotto são os pioneiros desse novo mundo. Nos afrescos de Giotto, na igreja de Santa Croce, em Florença, por exemplo, pode-se ver figuras mais sólidas do que as góticas, situadas em ambientes arquitetonicamente precisos, dando impressão de existência concreta: é o nascimento do naturalismo. No século XIV, escultores como Donatello (o "Michelangelo" do Trecento) aprimoram a técnica.

Giotto da Bondone (1266?-1337?), pintor e arquiteto italiano. Nasce em Florença, estuda com o pintor Cimabue, com quem trabalha também em Roma, e se torna um dos principais artistas de sua época. Os afrescos de Santa Croce e a torre do Duomo são suas principais obras em sua cidade natal. Revoluciona a arte ao conseguir dar expressão e profundidade às figuras humanas.

Quattrocento – No século XV, Piero della Francesca (afrescos na catedral de Arezzo) desenvolve uma pintura impessoal e solene, misturando figuras geométricas e cores intensas. O arquiteto e escultor Filippo Brunelleschi, criador da cúpula do Duomo de Florença, concebe a perspectiva, artifício geométrico que cria a ilusão de tridimensionalidade numa superfície plana. Defende a técnica e seus princípios matemáticos em tratados. A ela aderem artistas como Paolo Uccello (Batalha de São Romano), Sandro Botticelli (Nascimento de Vênus), Leonardo da Vinci (Mona Lisa), Michelangelo (Davi, Moisés e Pietá; teto e parede da Capela Sistina, no Vaticano; cúpula da Basílica de São Pedro). Michelangelo chega a um grau de sofisticação representativa que prenuncia o barroco em suas figuras. Na Bélgica e Holanda, nesse período, surgem os representantes do renascimento flamengo como Jan van Eyck, Hans Memling e Rogier van der Weyden, que desenvolvem a pintura a óleo.

Rafael Sanzio (1483 - 1520), que se destacou por suas Madonas, série de quadros da Santíssima Virgem, diversos painéis nas paredes do Vaticano e várias cenas da História Sagrada, conhecidas com Bíblias de Rafael.

Donatello (1386?-1466), escultor italiano. Donatto di Bardi nasce em Florença, começa como ourives e aos 17 anos aprende a esculpir em mármore. Inicia-se, como assistente, nas portas do batistério de Florença e realiza uma obra imensa. Esculturas como Davi, Madalena e São Jorge estão entre as mais marcantes, por seu poder de produzir tensão emocional.

Leonardo da Vinci (1452-1519), artista, arquiteto, inventor e escritor italiano. Nasce em Florença, se torna aprendiz de Andrea Verrocchio e recebe a proteção de Lorenzo de Medici. Entre 1482 e 1499 vive em Milão, onde pinta o afresco da Última ceia. Em Florença, entre 1503 e 1506, pinta a Mona Lisa. Vive em Roma, entre 1513 e 1517, onde se envolve em intrigas do Vaticano, e decide ir se juntar à corte do rei francês Francisco I. Nos estudos científicos, prenuncia a invenção de peças modernas como o escafandro, o helicóptero e o pára-quedas. Seu Tratado sobre a pintura é um dos livros mais influentes da história da arte. O maior representante do Renascimento, Da Vinci inaugura o antropomorfismo em sua arte e pensamento: "O homem é a medida de todas as coisas".

Michelangelo Buonarroti (1475-1564) escultor, pintor, poeta e arquiteto italiano. Nasce em Caprese, estuda em Florença e ganha a proteção de Lorenzo Medici. Em Roma, aos 23 anos, inicia a Pietá. De volta a Florença, esculpe Davi e pinta A Sagrada Família. Em 1508 começa a pintar sozinho os afrescos do teto da Capela Sistina, trabalho que dura quatro anos. Em 1538 pinta a parede do Juízo Final, na mesma capela. Oito anos depois, projeta a cúpula da Basílica de São Pedro. Ao mesmo tempo, retoma a Pietá e esculpe também a Pietá Palestrina e a Pietá Rondanini.

Cinquecento – Em Veneza, no século XVI, com pintores como Tintoretto, com sua grandiosidade, Ticiano, com seu uso de cores, Veronèse, com seu senso espacial, e Giorgione, com sua expressividade, começa a última fase do Renascimento. Abandonam a primazia da forma sobre a cor e a perspectiva rigorosa. Na Espanha, influenciado por Tintoretto, El Greco (pseudônimo de Domenico Theotokopoulos) alonga as figuras, usa cores mais expressivas e contrastes dramáticos de luz e sombra (O enterro do conde de Orgaz). Na França, além do maneirismo (o naturalismo levado ao máximo de detalhes e efeitos) da Escola de Fontainebleau, destacam-se os retratos alegóricos de François Clouet (Diana). Na Holanda, Pieter Bruegel cria uma rica pintura narrativa, documentando costumes de época (Caçadores na neve), e Hieronymus Bosch pinta figuras oníricas, em cenários fantásticos, repletos de simbolismo (O jardim das delícias terrenas). Na Alemanha, surge uma pintura mais clássica, próxima do renascimento romano-florentino. O grande mestre é Albrecht Dürer, que influencia Lucas Cranach, Albrecht Altdorfer, Matthias Grünewald e os dois Hans Holbein, pai e filho.

Jacopo Robusti Tintoretto (1518-1594), pintor italiano. Nasce em Veneza. Pouco se sabe de sua vida. Em 1564, pinta cenas do Velho Testamento no teto da irmandade de San Rocco, da qual é membro. Influenciado por Michelangelo e Ticiano, experimenta composições grandiosas e efeitos de luz que influenciam a arte posterior. Revoluciona a forma narrativa, modificando a hierarquia clássica das histórias religiosas.


Pré-Renascimento

Desde o século XIII, surgem manifestações precursoras do espírito humanista que marcará o Renascimento. O processo de depuração da teologia se deve a Santo Tomás de Aquino, cuja filosofia incorpora conceitos de Aristóteles; Francesco Petrarca, no Cancioneiro, glorifica o amor na sua poesia lírica e fixa a forma do soneto; Dante Alighieri faz a síntese da alma medieval com o espírito novo; Giovanni Boccaccio, no Decamerão, faz impiedosa radiografia da sociedade de seu tempo. Outros nomes importantes nessa fase de transição: os poetas franceses Guilherme de Orleãs, de delicado lirismo, e François Villon, cujo Grande testamento é um amargo testemunho sobre a condição humana nessa época; e Geoffrey Chaucer, cujos Contos de Canterbury, em versos, sintetizam os costumes e a cultura ingleses do século XV.

Dante Alighieri (1265-1321) nasce em Florença e por questões políticas é obrigado a se exilar, morrendo em Ravena. Em Sobre a língua do povo, escrita em latim para os eruditos da época, Dante defende o uso do italiano nas obras poéticas. E é nessa língua que ele escreve a Divina Comédia, considerada a primeira obra da literatura italiana. Esse relato, de uma viagem imaginária pelo inferno, purgatório e paraíso, é uma alegoria do percurso do homem em busca de si mesmo.

Giovanni Boccaccio (1313-1375) é filho de um mercador da região da Toscana, Itália. Seu pai o faz estudar em Nápoles e Florença. Boccaccio lê os clássicos latinos e escreve poesias. Decamerão, escrito em prosa, traz cem histórias curtas contadas por três moças e sete rapazes que se refugiam no campo para fugir da peste negra. Nas histórias se chocam os valores cristãos e o espírito libertino, sinais da transição para o renascimento.


Literatura Renascentista

Marcada pela consolidação do capitalismo mercantilista (século XV a meados do século XVI), é muito livre em relação às imposições morais, levando a uma atitude de epicurismo e busca de uma moral naturalista. Nasce uma atitude antropocentrista, semelhante à da Antiguidade clássica, em oposição ao teocentrismo medieval. A natureza é o modelo básico para o conhecimento humano.

A influência greco-romana está presente nos Lusíadas, de Luís de Camões; na poesia pastoral de Angelo Poliziano; nos escritos eróticos de Pietro Aretino; e na lírica do espanhol Jorge Manrique, dos franceses Joachim du Bellay e Pierre de Ronsard, ou dos portugueses Sá de Miranda e Cristóvão Falcão. Aumenta o interesse pela cultura, em seus termos mais abrangentes, no Elogio da loucura, do holandês Erasmo de Roterdã; em O príncipe, de Nicolau Maquiavel, pragmático manual da arte de governar; ou nos romances satíricos de François Rabelais, Gargantua e Pantagruel.

Luís de Camões (1525?-1580), freqüenta a nobreza e os círculos boêmios de Lisboa. Viaja muito, chegando até a Índia e a China, quase sempre a serviço do governo português. Sua obra mais importante, Os Lusíadas (1572), funde elementos épicos e líricos. Mescla fatos da história portuguesa às intrigas dos deuses do Olimpo, que buscam ajudar ou atrapalhar Portugal. Sintetiza duas importantes vertentes do renascimento português: as expedições ultramarinas e o humanismo.

François Rabelais (1493-1553) viaja pelo interior da França como padre e entra em contato com dialetos, lendas e costumes que influenciam sua obra. Em 1530, abandona o hábito e estuda medicina. A epopéia de Pantagruel e seu pai Gargantua, gigantes de apetites imensos, critica a estagnação medieval, atacando a igreja, a cavalaria e as convenções e é considerada obscena, na época, devido à expressão dos instintos.


Arquitetura Renascentista

Caracterizou-se pelos grandes monumentos e pelas construções de grande porte, destacando-se a Catedral de São Pedro, em Roma, obra magestral do arquiteto italiano Bramante (1444 – 1514), da qual também participaram o pintor Rafael e o arquiteto Michelangelo, autor da grandiosa Cúpula dessa Igreja.


A escultura Renascentista

Teve em Michelangelo sua maior expressão. Dentre suas óbras destacam-se: David, Moisés e Pietá. Neste campo também sobressaíram Donatello (1386 – 1466), autor da primeira estátua eqüestre de caráter monumental; Guiberti (1378 – 1455), que lavrou as portas de bronze do batistério de Florença; e Gian Lorenzo Bermini (1598 – 1680). 


O renascimento Científico

O Renascimento trouxe à ciência um notável desenvolvimento, sobretudo com a introdução dos métodos experimentais de pesquisa, em oposição aos estudos teóricos da Idade Média.

Nessa época, a teoria geocêntrica , sistematizada por Cláudio Ptolomeu , segundo a qual a Terra era considerada o centro do Universo, foi refutada por Nicolau Copérnico (1473 – 1543). Este astrônomo polonês provou ser o Sol, e não a Terra, o centro do sistema planetário, estabelecendo a teoria heliocêntrica.

Pouco mais tarde, outro astrônomo, o alemão Johann Kepler (1571 – 1630), aperfeiçoou a teoria de Copérnico, ao descobrir ,graças a minuciosos cálculos, que os planetas descreviam órbitas elípticas em torno do Sol, em não circulares, como afirmava o polonês.

O italiano Galileu Galilei (1564 – 1642), foi quem introduziu e difundiu a luneta na Itália. Galileu descobriu os satélites de Júpiter e os anéis de Saturno.

Na medicina também houve grandes progressos. O médico espanhol Miguel de Servet descobriu a pequena circulação entre o coração e os pulmões; o francês Ambroise Paré (1517 – 1590) combateu o uso do fogo e do azeite quente no tratamento das feridas ocasionadas por armas de fogo; e o alemão Paracelso estudou a aplicação de drogas medicinais.


Renascimento na Alemanha

Na Alemanha, o apogeu renascentista esteve representado pelas obras de dois grandes pintores:

Alberto Dürer (1471 – 1528), autor dos quadros Adoração dos Magos, A trindade e outros.

Hans Holbein, o jovem (1497 – 1528), considerado o maior retratista alemão, autor de Henrique VIII, Erasmo etc.


Renascimento na Inglaterra

Na Inglaterra, os setores de maior destaque foram a Literatura e a Filosofia, com:

Thomas Morus (1478 – 1535), autor de Utopia (história de um país hipotético, onde a felicidade era total).

William Shakespeare (1564 – 1616), célebre dramaturgo inglês, considerado o maior gênio do teatro renascentista, autor das peças históricas Julio Cezar, Ricardo III e Henrique VIII e de peças de ficção das quais a mais conhecida é Romeu e Julieta.


Renascimento na Espanha

Um dos maiores representantes do Renascimento na Espanha foi Lope de Vega, o fundador do teatro espanhol.

Na Literatura espanhola, o grande destaque cabe a Miguel de Cervantes (1547 – 1619), autor de D. Quixote de La Mancha, considerada até nossos dias a melhor novela escrita, onde o autor critica irônicamente os costumes medievais.

Dentre os pintores cabe destacar El Greco, que, apesar de grego de nascimento, se realizou como pintor na Espanha, mais propriamente na Cidade de Toledo .


Renascimento em Portugal

A maior figura do Renascimento em Portugal foi, sem dúvida, o poeta Luís Vaz de Camões (1524 – 1580), autor da epopéia Os Lusíadas, extensa narrativa em versos da história de seu país, desde sua formação até a descoberta do caminho para as Índias, por Vasco da Gama.

Na Arquitetura, surgiram grandes obras como o Mosteiro dos Jerônimos, construído no reinado de D. Manuel em comemoração à descoberta do caminho marítimo para as Índias, e a Torre de Belém, construída às margens do Rio Tejo.


Michelangelo

Pintor, escultor, arquiteto e poeta italiano. Nasceu em Caprese, Itália, em 6 de março de 1475 e morreu em Roma, em 18 de fevereiro de 1564.

Em 1488, entra para a academia do pintor Ghirlandaio, em Florença. Gênio criador, mestre de sua geração e um talento de renome universal, é considerado o mais ilustre representante do movimento Renascença Italiana. Fez os afrescos da Capela Sistina. Seu trabalho mais famoso em escultura é "David" - a partir dai
é chamado para decorar juntamente com Leonardo da Vinci, a sala do Grande Conselho, em Florença.


Toda a arte italiana sofreu influência de Michelangelo e a ele é atribuída a criação do estilo barroco. Seu
estilo não encontrou uma definição própria, muitos consideram Michelangelo como o maior artista do Maneirismo.

Numa época em que não se falava em Anatomia. Michelangelo fez estudos admiráveis nesse setor. Sendo um grande escultor. Suas obras mostram uma grande paixão pela linha e pela forma. Na sua opinião o corpo humano era uma obra divina.

Obras mais importantes: a "Cúpula de São Pedro de Roma". o "Túmulo de Júlio II". o "Cristo Sustentando a Cruz", esculturas de "David" e "Moisés", "Vida Contemplativa" e "Vida Ativa" e outras.

Deixou um livro de poesias intitulado "Coletânea de Rimas". Seus restos estão na Igreja  de Santa Croce, em Florença. Seu nome completo era Michelangelo Buonarroti.


Conclusão

O Renascimento traz como principais características o florescimento das artes, e um vigoroso despertar de todas as formas de pensamento. A redescoberta da antiga filosofia, da literatura, das ciências e a evolução dos métodos empíricos de conhecimento caracterizam todo este período que inicia-se no século XV e prolonga-se até o séc. XVII. Em oposição ao espírito escolástico e ao conceito metafísico da vida, busca-se uma nova maneira de olhar e estudar o mundo natural. Esse naturalismo vincula-se estreitamente à ciência empírica e utiliza suas descobertas para aplicá-las nas obras de arte. Os novos conhecimentos da anatomia, da fisiologia e da geometria são prontamente incorporados, possibilitando, por exemplo, a representação do volume pelo uso da perspectiva, dos efeitos de luzes e cores. Do ponto de vista filosófico, surge uma nova concepção do mundo e do destino do homem, uma visão mais realista e humana dos problemas morais.

Texto retirado de: http://bit.ly/wMlbPu

Postado por: Verônica Ferreira Tezoni